Governadores acompanham Bolsonaro
Pré-candidato à presidência da república, Caiado esteve no evento.

O governador Ronaldo Caiado (União Brasil) participou neste domingo (6/4) de manifesto pró-anistia realizado por aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na Avenida Paulista, em São Paulo. Vestindo ainda a camisa amarela da seleção brasileira. Isto, apenas dois dias depois de lançar sua pré-candidatura a presidente da República, na sexta-feira (4/4) em Salvador.
Caiado foi muito cobrado por bolsonaristas por não ter participado de outras mobilizações pró-anistia, que busca beneficiar o ex-presidente, que está inelegível até 2030 e virou réu no Supremo Tribunal Federal (STF) acusado de tentativa de golpe de Estado. O governador goiano esteve em cima do trio elétrico junto com Bolsonaro em todo o evento, que reuniu mais de 45 mil pessoas, segundo estimativa da USP.
Além de Caiado, mais outros seis governadores da direita brasileira também participaram: Tarcísio de Freitas (São Paulo), Romeu Zema (Minas Gerais), Jorginho Mello (Santa Catarina), Wilson Lima (Amazonas), Ratinho Júnior (Paraná) e Mauro Mendes (Mato Grosso).
Nomes para 2026
Detalhe importante: uma pesquisa da Datafolha, divulgada neste domingo, apontou que 67% dos eleitores brasileiros defendem que Bolsonaro abra mão de ser candidato e apoie outro nome pela direita.
Caiado enfatizou a presença de vários nomes cotados na direita para a eleição presidencial, mas tomando o cuidado de também citar o do ex-presidente. “Hoje aqui nós estamos em Caiado presidenciável, Zema presidenciável, Ratinho presidenciável, Tarcísio presidenciável, Bolsonaro presidenciável. Hoje nós somos cinco. Não fragmenta a direita, mas é a realidade. Essa realidade vai trabalhar”, afirmou.
Romeu Zema (Novo) foi outro governador que também voltou a fazer acenos a Bolsonaro. “A proposta da direita é muito semelhante. Eu já disse que eu quero somar com o projeto Brasil. Em Minas nós fizemos a diferença e eu quero estar contribuindo. E a definição (sobre a candidatura) vai ser feita mais adiante. Nós estamos mostrando aqui hoje que estamos juntos, unidos, sete governadores”, disse.
Já o ex-presidente Jair Bolsonaro criticou decisões tomadas pelo TSE durante as eleições de 2022, dizendo ter sido ele vítima de golpe do Judiciário para favorecer o presidente Lula, e apostou em um cenário diferente no próximo ano, quando o ministro André Mendonça — nomeado por Bolsonaro para o Supremo Tribunal Federal (STF) — irá assumir a a presidência da Corte eleitoral.

Avenida Paulista recebe multidão durante manifestação pela anistia do dia 8 de janeiro.
O ex-presidente também questionou a sua inelegibilidade, decretada pelo TSE, por abuso de poder político ao ter feito críticas ao sistema eleitoral brasileiro em uma reunião com embaixadores. Bolsonaro ainda lembrou que o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil) também está inelegível. A decisão do Tribunal Regional Eleitoral goiano (TRE-GO) considerou que o atual prefeito de Goiânia, Sandro Mabel (União Brasil), foi favorecido nas eleições do ano passado em encontros promovidos por Caiado na sede do governo de Goiás.
“O atual sistema busca cada vez mais tirar da cédula eleitoral do ano que vem, as lideranças de direita. O Caiado está aqui inelegível, vai recuperar a legibilidade dele se Deus quiser. Eu estou inelegível porque me reuni com embaixadores. Eu não me reuni com traficantes no Morro do Alemão como Lula fez”, em referência a uma ida do então candidato petista à favela carioca durante a campanha presidencial de 2022.